domingo, 9 de março de 2008

CAIXA DE ILUSÕES



Melliss
Da varanda, vejo o sol caindo no poente, mergulhando no oceano de nuvens avermelhadas que colorem o final dessa tarde ...
Observo as sombras aninharem-se no galho das árvores,
percebo a noite que chega mansamente nas fachadas, nas janelas, nas vidraças ...
Crianças voltam da escola em bandos barulhentos, cheios de graça pueril, pessoas voltam apressadas para casa, pois as horas parecem cobrar o regresso,oferecendo o aconchego da volta, o reencontro, o abraço, a paz de quem retorna à sua pátria ...
Olho ao meu redor, e não encontro nada, senão silêncio e vazio, ecos, lembranças, memórias remendadas de sorrisos ...
Vasculho em meu peito as secretas gavetas de lembranças, e delas retiro uma caixa de ilusões inesquecíveis, bordada com fios de saudade e lágrimas pequeninas ...
Ali encontro nossa primeira estrela, nosso primeiro beijo, a luz do teu olhar castanho, teu sorriso de pérolas perfeitas, teu perfume verde e inebriante, nossas promessas de amor que jamais aconteceram ...
Uma fita sedosa de luar dança no céu, anunciando a procissão de brilhos que pertencem a outros corações nesse momento ...
Fecho minha caixa de ilusões e acendo as luzes da varanda.
A realidade diz que o teu amor passou por mim esteve em mim mas não ficou aqui.

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