domingo, 29 de março de 2009

A DOR DE AMAR


Já foram cantadas em verso e prosaAs incoerências desse tal "amor"...É um amargo-doce, dor deliciosa,É tristeza alegre, é frio no calor.E os sentimentos daquele que amaCom fervor intenso, com obsessão,Conforme a ciência já hoje proclama,São fontes de stress, de flagelação.Mas como viver sem curtir no peitoEsse stress vibrante e o sofrer de amar,Delícias de ter um cúmplice perfeito,Dores e prazeres de compartilhar?E como ficar nas noites sombriasSem sentir na alma a amorosa brisa,De um abraço amigo pleno de magias,E do afago amante que nos realiza?Se amar é sofrer... stress e flagelo...Hão de preferir nossos coraçõesO fascínio eterno de um doce libeloA um destino insosso, pobre de emoções... 2008/01/14 enviada por Taylane

GOSTO DA SOLIDÃO.


Gosto da solidão.Ou melhor, gosto do silêncio da solidão.Silêncio que desnuda as pessoas. Silêncio que faz florescer a impiedosa verdade de cada um.Silêncio que não dá lugar a mentiras, onde cada um vê e conversa com sua própria essência. E, como o reflexo de um espelho, é único ao mostrar imperfeições que se disfarçam no dia a dia.Involuntariamente, torna-se transparente.A Lógica vira insensata; a insensatez encontra lógica; há respostas para todas as perguntas, assim como afloram novas questões que passam a urgir respostas. Silêncio onde se transforma em réu e juiz de si mesmo.No silêncio da solidão pensamentos e desejos conscientemente inibidos podem ser pensados, explodindo sem pudor. O passado não querido é exposto e revivido sem piedade, e encontra-se as tardias soluções que poderiam tê-lo evitado. O passado bem vivido é redescoberto com prazer, enfeitado com a vontade de vivê-lo novamente, intensamente, eternamente. O futuro é sonhado com a perfeição dos deuses, construido com a esperança de que aconteça exatamente como no sonho sonhado.No silêncio da solidão pode-se conviver a qualquer hora com as pessoas que estão dentro de nós. Há o poder de escolher quem se quer ao seu lado. Povoa seu espaço somente aquele a uem se permite. Por isso as visitas são sempre bem vindas e faz-se desaparecer as companhias inoportunas. Ama-se quem se tem vontade; afasta-se a quem não se quer ver.O silêncio da solidão é mágico. Pode-se ouvi-lo ao mesmo tempo em que se ecutam as ondas batendo no mar, se observa um céu estrelado, em meio aos trovões e clarões de uma tempestade, ouvindo música suave ou simplesmente fechando os olhos e querendo estar com a sua verdade.É ele que produz o som das emoções. De repente, ouve-se soluços. Risos brotam sem porquê. As batidas do coração descompassam de acordo com o pensamento. Gemidos e lamúrias podem ser entoados como mantras. Seu próprio silêncio é ouvido de maneira serena ou dolorosa, mas sempre incontestável.Há quem diga que o silêncio amedronta, entristece. É gente que não percebe a tênue linha que o separa da depressão. É preciso aprender a não cruzá-la: lidar com a tristeza sem deixá-la apossar-se; passar a entendê-la apenas como um tempero inevitável, mas não o essencial da vida. Leva-se tempo pra aprender, mas vale a pena.Gosto de escrever no silêncio da solidão. Gosto de ouvir o silêncio da minha solidão.Gosto desse silêncio.Coração, agora fica quieto. Quero ouvir o meu silêncio.© Isabella Benicio Tedesco(Presente da AL - PR)Gosto da solidão.Ou melhor, gosto do silêncio da solidão.Silêncio que desnuda as pessoas. Silêncio que faz florescer a impiedosa verdade de cada um.Silêncio que não dá lugar a mentiras, onde cada um vê e conversa com sua própria essência. E, como o reflexo de um espelho, é único ao mostrar imperfeições que se disfarçam no dia a dia.Involuntariamente, torna-se transparente.A Lógica vira insensata; a insensatez encontra lógica; há respostas para todas as perguntas, assim como afloram novas questões que passam a urgir respostas. Silêncio onde se transforma em réu e juiz de si mesmo.No silêncio da solidão pensamentos e desejos conscientemente inibidos podem ser pensados, explodindo sem pudor. O passado não querido é exposto e revivido sem piedade, e encontra-se as tardias soluções que poderiam tê-lo evitado. O passado bem vivido é redescoberto com prazer, enfeitado com a vontade de vivê-lo novamente, intensamente, eternamente. O futuro é sonhado com a perfeição dos deuses, construido com a esperança de que aconteça exatamente como no sonho sonhado.No silêncio da solidão pode-se conviver a qualquer hora com as pessoas que estão dentro de nós. Há o poder de escolher quem se quer ao seu lado. Povoa seu espaço somente aquele a uem se permite. Por isso as visitas são sempre bem vindas e faz-se desaparecer as companhias inoportunas. Ama-se quem se tem vontade; afasta-se a quem não se quer ver.O silêncio da solidão é mágico. Pode-se ouvi-lo ao mesmo tempo em que se ecutam as ondas batendo no mar, se observa um céu estrelado, em meio aos trovões e clarões de uma tempestade, ouvindo música suave ou simplesmente fechando os olhos e querendo estar com a sua verdade.É ele que produz o som das emoções. De repente, ouve-se soluços. Risos brotam sem porquê. As batidas do coração descompassam de acordo com o pensamento. Gemidos e lamúrias podem ser entoados como mantras. Seu próprio silêncio é ouvido de maneira serena ou dolorosa, mas sempre incontestável.Há quem diga que o silêncio amedronta, entristece. É gente que não percebe a tênue linha que o separa da depressão. É preciso aprender a não cruzá-la: lidar com a tristeza sem deixá-la apossar-se; passar a entendê-la apenas como um tempero inevitável, mas não o essencial da vida. Leva-se tempo pra aprender, mas vale a pena.Gosto de escrever no silêncio da solidão. Gosto de ouvir o silêncio da minha solidão.Gosto desse silêncio.Coração, agora fica quieto. Quero ouvir o meu silêncio.© Isabella Benicio Tedesco(Presente da AL - PR)

ONDE FOR VÁ PARA SER ESTRELA!


© Rosana Braga
Numa dessas segundas-feiras em que a gente tem a impressão de que deveria ter ficado em casa, eu estava realmente irritada. Alguns obstáculos no trabalho, pouco tempo para muita tarefa e eu atrasada para um compromisso...
Saí dirigindo rumo ao meu destino; tensa, ligada no piloto automático. Parei no semáforo do cruzamento entre a França Pinto e a Domingos de Moraes, zona Sul de São Paulo. De repente, ouço uma voz do lado de fora dizendo:
- Posso cantar uma música para você?
Olhei assustada, pensando “Lá vem pedido de dinheiro, de novo!”. Fiquei constrangida em negar um pedido tão diferente e disse que sim, afinal ele tinha até o violão! Antes, ele avisou: é do Alceu Valença. E começou a tocar aquela, justamente aquela que eu adoro – La Belle du Jour.
O sujeito de pele morena, vestido de maneira extremamente simples, cantava só pra mim em plena tarde, na louca cidade. A cena era, no mínimo, mágica. Desliguei o rádio do carro; o celular tocou e eu não atendi. A voz dele ia apaziguando meu coração agitado.
Lembrei-me de que teria de dar o tal “trocado”, mas raramente ando com dinheiro. Encontrei na bolsa R$ 0,75 (isso mesmo: setenta e cinco centavos!). Quando ele terminou, eu estava um tanto atordoada com o encantamento provocado por aquela surpresa. O que um artista como ele estaria fazendo num semáforo, cantando em troca de gorjeta?!?
Sorri, agradecida por tão singelo presente e, ao mesmo tempo, chateada por ter tão pouco para “pagá-lo”. E ele ainda me disse, ao pegar as duas moedas:
- Muito obrigado por me ouvir. Você é muito simpática!
O semáforo abriu e fui embora, mas não consegui parar de pensar no que havia acontecido. Já não estava tensa. Todo o cenário do meu dia havia se transformado por causa daquele homem e seu dom. Eu me sentia a própria Belle du Jour.
Fiz aquele mesmo caminho durante vários dias depois, em horários diversos... mas nunca mais vi aquela ‘estrela’ com violão nas mãos e magias escondidas na boca para dar de presente a quem ele escolhesse.
Hoje, fico me perguntando se fora realmente um homem ou um anjo. Talvez fosse mais racional pensar que ele simplesmente migrou para outro semáforo qualquer, mas prefiro acreditar que tenha sido um anjo. Afinal, a vida é exatamente aquilo que acreditamos que ela seja.
Bem melhor, portanto, pensar em encantamentos, presentes, surpresas, anjos e fadas, como se a nossa história fosse enredo de um lindo filme campeão de bilheterias. Gosto de pensar que o Grande Diretor me convidou para ser a protagonista do filme que vivencio todos os dias, pois assim fica muito mais romântico, interessante, empolgante e inspirador.
E é por isso que, a despeito de qualquer tristeza, de todas as dores e os eventuais problemas, continuo acreditando no amor. E desejo que você também acredite, porque basta que desejemos o amor... e haverá amor!
(Presente de Cleo Dal Pra)

CARTAS DE GARRET PARA CATHARINE


Minha querida Catherine, sinto a tua falta meu amor, como a sinto sempre, mas hoje está a ser particularmente difícil para mim porque o oceano tem estado a cantar para mim, e a canção é a da nossa vida juntos...Lamento ter estado tanto tempo sem falar contigo, sinto que andei perdido, sem rota nem bússola. Deixava-me ir ao encontro das coisas, sentia-me elouquecer. Nunca me tinha sentido perdido, tu eras o meu verdadeiro Norte. Quando tu eras o meu porto, eu sabia sempre voltar para casa. Perdoa ter ficado tão zangado quando partiste, continuo a achar que isto foi um erro e estou à espera que Deus o corrija. Mas já ando melhor, o trabalho ajuda-me, acima de tudo tu ajudas-me! Ontem à noite apareceste-me em sonhos com aquele sorriso que sempre me prendeu a ti e me consolou. Do sonho restou apenas uma sensação de paz... acordei com essa sensação e tentei conservá-la o mais possível. Escrevo para te dizer que estou a trabalhar para alcançar essa paz, e para te dizer que lamento tantas coisas. Lamento não ter tratado melhor de ti. Para que nunca sentisses frio, medo, para que nunca te sentisses doente. Lamento não me ter esforçado mais por te dizer o que sentia, Lamento todas as vezes que discuti contigo, lamento não te ter pedido mais vezes desculpa , era demasiado orgulhoso. Lamento não ter elogiado tudo aquilo que vestias e todos os teus penteados. Lamento não ter tido forças para te agarrar e impedir que Deus te afastasse de mim.Não passa uma hora sem que te sinta comigo. Arranjo barcos, experimento-os, e enquanto isso, as memórias sobrevêem, como uma maré. Hoje Lembrei-me de quando éramos novos, e tu trocatse o nosso mundo por outro maior. Tive muito mais medo do que deixei transparecer, lutei contra ele dizendo para comigo que um dia voltarias e imaginando o que te diria quando voltasse a ver-te. Devo ter considerado uma centena de possibilidades. E o que acaba por dizer? Pouco! A minha boca recusou-se a trabalhar excepto para te beijar, e quando disseste: “Vim para ficar”, ficou tudo dito, voltei ao mesmo.Não paro de pensar no que te diria, se tu arranjasses forma de voltar.





"Acabou por morrer quando ia entregar a ultima carta a Catherine, em alto mar..."Comecei a viver quando te encontrei e dei-me por morto quando não consegui salvar-te. Julguei que podia manter-nos vivos se me agarrasse à tua memória, mas enganei-me. Uma mulher mostrou-me que se tivesse a coragem de sentir, poderia voltar a amar por muito profunda que fosse a minha vida. Ela fez-me compreender que eu estava apenas meio vivo. Isso assustou-me e fez-me sofrer. Só percebi quanto precisava dela quando a vi desaparecer. Quando o avião dela descolou, senti que algo dentro de mim se rasgava e percebi. Devia ter ido atrás dela. Amanhã vou até ao cabo ventoso e vou despedir-me de ti. E deopis vou ter com ela e vou tentar reconquistá-la. Se o conseguir sei que me abençoas e que nos abençoas a todos, se não conseguir, serei igualmente abençoado, pois tive o privilégio de amar duas vezes. Graças a ela! E se te disser que a amo tanto quanto te amei, ficas a saber tudo."

MULHER AOS 20 E AOS 40


Texto de Adriano Silva, 31 anos, diretor de redação da Rev.SuperinteressanteTome a mesma mulher aos 20 e aos 40 anos.No segundo momento ela será umas sete ou oito vezes mais interessante, sedutora e irresistível do que no primeiro. Ela perde o frescor juvenil, é verdade. Mas também o ar inseguro de quem ainda não sabe direito o que quer da vida, de si mesma, de um homem. Não sustenta mais aquele ar ingênuo, uma característica sexy da mulher de 20.Só que é compensado por outros atributos encantadores de que se reveste a mulher de 40.Como se conhece melhor, ela é muito mais autêntica, centrada, certeira no trato consigo mesma e com seu homem. Aos 40, a mulher tem uma relação mais saudável com o próprio corpo e com seu cheiro cíclico. Não briga mais com nada disso. Na verdade, ela quer brigar o menos possível.Está interessada em absorver do mundo o que lhe parecer justo e útil, ignorando o que for feio e baixo-astral. Quer é ser feliz. Se o seu homem não gostar do jeito que ela é, que vá procurar outra. Ela só quer quem a mereça. Aos 40 anos, a mulher sabe se vestir. Domina a arte de valorizar os pontos fortes e disfarçar oque não interessa mostrar. Sabe escolher sapatos,tecidos e decotes, maquiagem e corte de cabelo. Gasta mais porque tem mais dinheiro. Mas, sobretudo, gasta melhor. E tem gestos mais delicados e elegantes. Aos 40, ela carrega um olhar muito mais matador quando interessa matar. E finge indiferença com mais competência quando interessa repelir. Ela não é mais bobinha. Não que fique menos inconstante. Mulher que é mulher, se pudesse, não vestiria duas vezes a mesma roupa nem acordaria dois dias seguidos com o mesmo humor. Mas, aos 40, ela já sabe lidar melhor comeste aspecto peculiar da condição feminina. E poupa (exceto quando não quer) o seu homem desses altos e baixos hormonais que aos 20 a atingiam - e quem mais estiver por perto - irremediavelmente. Aos 20, a mulher tem espinhas.Aos 40, tem pintas, encantadoras trilhas de pintas. Que só sabem mesmo onde terminam uns poucos e sortudos escolhidos. Sim, aos 20 a mulher é escolhida.Aos 40, é ela quem escolhe. E não veste mais calcinhas que não lhe favorecem. Só usa lingeries com altíssimo poder de fogo. Também aprende a se perfumar na dose certa, com a fragrância exata. A mulher aos 40, mais do que aos 20, cheira bem, dá gosto de olhar, captura os sentidos, provoca fome. Aos 40, ela é mais natural, sábia e serena.Menos ansiosa, menos estabanada. Até seus dentes parecem mais claros. Seus lábios, mais reluzentes. Sua saliva, mais potável. E o brilho da pele não é o da oleosidade dos 20 anos, mas pura luminosidade. Aos 20, ela rói unhas. Aos 40, constrói para si mãos plásticas e perfeitas. Ainda desenvolve um toque ao mesmo tempo firme e suave. Ocorre algo parecido com os pés, que atingem uma exatidão estética insuperável. Acontece também alguma coisa com os cílios, o desenho das sobrancelhas.O jeito de olhar fica mais glamuroso, mais sexualmente arguto. Aos 40, quando ousa no que quer que seja, a mulher costuma acertar em cheio. No jogo com os homens, já aprendeu a atuar no contra-ataque. Quando dá o bote, é para liquidar a fatura. Ela sabe dominar seu parceiro sem que ele se sinta dominado. Mostra sua força na hora certa e de modo sutil. Não para exibir poder, mas para resolver tudo a seu favor antes de chegar o ponto de precisar exibí-lo. Consegue o que pretende sem confrontos inúteis.Sabiamente, goza das prerrogativas da condição feminina sem engolir sapos supostamente decorrentes do fato de ser mulher. Se você, leitora, anda preocupada porque não tem mais 20 anos - ou porque ainda tem mas percebeu que eles não vão durar para sempre - fique tranqüila. É precisamente aos 40 que o jogo começa a ficar bom.(Enviada pela Ana Abrantes)Texto de Adriano Silva, 31 anos, diretor de redação da Rev.SuperinteressanteTome a mesma mulher aos 20 e aos 40 anos.No segundo momento ela será umas sete ou oito vezes mais interessante, sedutora e irresistível do que no primeiro. Ela perde o frescor juvenil, é verdade. Mas também o ar inseguro de quem ainda não sabe direito o que quer da vida, de si mesma, de um homem. Não sustenta mais aquele ar ingênuo, uma característica sexy da mulher de 20.Só que é compensado por outros atributos encantadores de que se reveste a mulher de 40.Como se conhece melhor, ela é muito mais autêntica, centrada, certeira no trato consigo mesma e com seu homem. Aos 40, a mulher tem uma relação mais saudável com o próprio corpo e com seu cheiro cíclico. Não briga mais com nada disso. Na verdade, ela quer brigar o menos possível.Está interessada em absorver do mundo o que lhe parecer justo e útil, ignorando o que for feio e baixo-astral. Quer é ser feliz. Se o seu homem não gostar do jeito que ela é, que vá procurar outra. Ela só quer quem a mereça. Aos 40 anos, a mulher sabe se vestir. Domina a arte de valorizar os pontos fortes e disfarçar oque não interessa mostrar. Sabe escolher sapatos,tecidos e decotes, maquiagem e corte de cabelo. Gasta mais porque tem mais dinheiro. Mas, sobretudo, gasta melhor. E tem gestos mais delicados e elegantes. Aos 40, ela carrega um olhar muito mais matador quando interessa matar. E finge indiferença com mais competência quando interessa repelir. Ela não é mais bobinha. Não que fique menos inconstante. Mulher que é mulher, se pudesse, não vestiria duas vezes a mesma roupa nem acordaria dois dias seguidos com o mesmo humor. Mas, aos 40, ela já sabe lidar melhor comeste aspecto peculiar da condição feminina. E poupa (exceto quando não quer) o seu homem desses altos e baixos hormonais que aos 20 a atingiam - e quem mais estiver por perto - irremediavelmente. Aos 20, a mulher tem espinhas.Aos 40, tem pintas, encantadoras trilhas de pintas. Que só sabem mesmo onde terminam uns poucos e sortudos escolhidos. Sim, aos 20 a mulher é escolhida.Aos 40, é ela quem escolhe. E não veste mais calcinhas que não lhe favorecem. Só usa lingeries com altíssimo poder de fogo. Também aprende a se perfumar na dose certa, com a fragrância exata. A mulher aos 40, mais do que aos 20, cheira bem, dá gosto de olhar, captura os sentidos, provoca fome. Aos 40, ela é mais natural, sábia e serena.Menos ansiosa, menos estabanada. Até seus dentes parecem mais claros. Seus lábios, mais reluzentes. Sua saliva, mais potável. E o brilho da pele não é o da oleosidade dos 20 anos, mas pura luminosidade. Aos 20, ela rói unhas. Aos 40, constrói para si mãos plásticas e perfeitas. Ainda desenvolve um toque ao mesmo tempo firme e suave. Ocorre algo parecido com os pés, que atingem uma exatidão estética insuperável. Acontece também alguma coisa com os cílios, o desenho das sobrancelhas.O jeito de olhar fica mais glamuroso, mais sexualmente arguto. Aos 40, quando ousa no que quer que seja, a mulher costuma acertar em cheio. No jogo com os homens, já aprendeu a atuar no contra-ataque. Quando dá o bote, é para liquidar a fatura. Ela sabe dominar seu parceiro sem que ele se sinta dominado. Mostra sua força na hora certa e de modo sutil. Não para exibir poder, mas para resolver tudo a seu favor antes de chegar o ponto de precisar exibí-lo. Consegue o que pretende sem confrontos inúteis.Sabiamente, goza das prerrogativas da condição feminina sem engolir sapos supostamente decorrentes do fato de ser mulher. Se você, leitora, anda preocupada porque não tem mais 20 anos - ou porque ainda tem mas percebeu que eles não vão durar para sempre - fique tranqüila. É precisamente aos 40 que o jogo começa a ficar bom.(Enviada pela Ana Abrantes)

MEU FILHO


No dia em que esta velha já não seja mais a mesma, tenha paciência e me compreenda... Quando vier a derramar comida em minha roupa ou a esquecer de amarrar meus sapatos, lembre-se das horas que passei ensinando-o a fazer as mesmas coisas... Se ao conversar comigo, eu vier a repetir a mesma história, que você já sabe de cor como termina, não me interrompa e me escute... Quando você era pequeno, para que dormisse, tive que contar milhares de vezes as mesmas histórias, até que fechasse seus olhinhos.Quando estivermos reunidos, se por ventura eu, sem querer, vier a fazer minhas necessidades, não sinta piedade de mim, compreenda que não tenho culpa por isso, pois já não posso mais controlá-las.Pense em quantas vezes, quando você era pequenino, eu não o ajudei e fiquei pacientemente ao seu lado esperando que você terminasse o que estava fazendo.Não me recrimines por não querer tomar banho, nem me repreenda por isso. Lembre-se dos momentos em que tive que persegui-lo e nos mil pretextos que tive que inventar para fazer mais agradável seu asseio. Aceita-me e me perdoa, agora a criança sou eu.Quando me vir atônita e desamparada em frente a todas as parafernálias tecnológicas, que não consigo entender, suplico que me dê todo o tempo que me seja necessário, sem me menosprezar com seu sorriso tolerante.Lembre-se que fui eu quem lhe ensinou tantas coisas: comer, vestir-se e sua educação para enfrentar a vida tão bem como você faz, são produtos de meu esforço e perseverança.. e por meu amor a você.Quando algumas vezes, ao conversarmos, eu vier a esquecer sobre o que estávamos falando, me dê o tempo necessário para que eu me lembre e, se eu não conseguir fazê-lo, não zombe de mim, talvez não fosse muito importante o que falávamos e eu me conforme em que só me escute nesse momento.Se alguma vez eu não quiser comer, não insista, sei quando posso e quanto devo comer... compreenda também que com o tempo já não tenho dentes para morder, nem paladar para saborear.Quando minhas pernas falharem por eu estar cansada para andar, dê-me sua mão terna para que eu me apóie, como fiz quando você começou a caminhar com suas pernas gordinhas e frágeis.Finalmente, quando algum dia me ouvir dizer que já não quero mais viver e só quero morrer, não se aborreça... algum dia irá entender que isso não tem nada a ver com seu carinho ou com quanto eu o ame... tente compreender que já não vivo, senão sobrevivo e isso não é viver.Sempre quis o melhor para você e preparei os caminhos que você deveria percorrer, pensa então que com esse passo que me adiando em dar, estarei construindo para você uma outra rota em um outro tempo, mas sempre com você.Não se sinta triste ou impotente por me ver como me vê, me dê seu coração.Compreenda-me e faça como fiz quando você começou a viver, da mesma maneira como acompanhei em seu caminho, rogo-lhe que me acompanhe até terminar o meu, dando-me amor e paciência, que eu lhe devolverei em gratidão e sorrisos, com o imenso amor que tenho por você.(Autoria desconhecida)

O JUIZ


O artigo de um juiz, publicado em jornal de grande circulação, é de causar emoção nas almas mais insensíveis. Seu artigo diz o seguinte:"Indaga-me, jovem amigo, se as sentenças podem ter alma e paixão. O esquema legal da sentença não proíbe que tenha alma, que nela pulsem vida e emoção, conforme o caso.Na minha própria vida de juiz senti muitas vezes que era preciso dar sangue e alma às sentenças. Como devolver, por exemplo, a liberdade a uma mulher grávida, presa porque trazia consigo algumas gramas de maconha, sem penetrar na sua sensibilidade, na sua condição de pessoa humana? Foi o que tentei fazer ao libertar Edna, uma pobre mulher que estava presa há oito meses, prestes a dar à luz, com o despacho que a seguir transcrevo: A acusada é multiplicadamente marginalizada:Por ser mulher, numa sociedade machista...Por ser pobre, cujo latifúndio são os sete palmos de terra dos versos imortais do poeta.Por ser prostituta, desconsiderada pelos homens, mas amada por um Nazareno que certa vez passou por este mundo.Por não ter saúde.Por estar grávida, santificada pelo feto que tem dentro de si.Mulher diante da qual este juiz deveria se ajoelhar numa homenagem à maternidade, porém que, na nossa estrutura social, em vez de estar recebendo cuidados pré-natais, espera pelo filho na cadeia.É uma dupla liberdade a que concedo neste despacho: liberdade para Edna e liberdade para o filho de Edna que, se do ventre da mãe puder ouvir o som da palavra humana, sinta o calor e o amor da palavra que lhe dirijo, para que venha a este mundo, com forças para lutar, sofrer e sobreviver.Quando tanta gente foge da maternidade...Quando pílulas anticoncepcionais, pagas por instituições estrangeiras, são distribuídas de graça e sem qualquer critério ao povo brasileiro...Quando milhares de brasileiras, mesmo jovens e sem discernimento, são esterilizadas...Quando se deve afirmar ao mundo que os seres têm direito à vida, que é preciso distribuir melhor os bens da terra e não reduzir os comensais...Quando, por motivo de conforto ou até mesmo por motivos fúteis, mulheres se privam de gerar, Edna engrandece hoje este Fórum, com o feto que traz dentro de si.Este juiz renegaria todo o seu credo, rasgaria todos os seus princípios, trairia a memória de sua mãe, se permitisse sair Edna deste Fórum sob prisão.Saia livre, saia abençoada por Deus...Saia com seu filho, traga seu filho à luz...Porque cada choro de uma criança que nasce é a esperança de um mundo novo, mais fraterno, mais puro, e algum dia cristão...Expeça-se incontinenti o Alvará de Soltura."O artigo vem assinado pelo meritíssimo juiz João Batista Herkenhoff, livre-docente da Universidade Federal do Espírito Santo.Ao ouvir o despacho desse magistrado, a esperança de um mundo novo e justo se desdobra à nossa frente.Esperança de um dia as leis humanas se tornarem educativas e não punitivas.Esperança de ver as sanções proporcionais às faltas cometidas.Esperança de, num julgamento, ser levado em conta o passado de cada ser, sua infância, as possibilidades que teve de educação, de saúde, de carinho, de afeto.Enfim, esperança de que a humanidade atente para as leis de Deus e nelas baseie as suas.(Artigo publicado no jornal "Gazeta do Povo", de Curitiba - PR, no dia 23/01/98)O artigo de um juiz, publicado em jornal de grande circulação, é de causar emoção nas almas mais insensíveis. Seu artigo diz o seguinte:"Indaga-me, jovem amigo, se as sentenças podem ter alma e paixão. O esquema legal da sentença não proíbe que tenha alma, que nela pulsem vida e emoção, conforme o caso.Na minha própria vida de juiz senti muitas vezes que era preciso dar sangue e alma às sentenças. Como devolver, por exemplo, a liberdade a uma mulher grávida, presa porque trazia consigo algumas gramas de maconha, sem penetrar na sua sensibilidade, na sua condição de pessoa humana? Foi o que tentei fazer ao libertar Edna, uma pobre mulher que estava presa há oito meses, prestes a dar à luz, com o despacho que a seguir transcrevo: A acusada é multiplicadamente marginalizada:Por ser mulher, numa sociedade machista...Por ser pobre, cujo latifúndio são os sete palmos de terra dos versos imortais do poeta.Por ser prostituta, desconsiderada pelos homens, mas amada por um Nazareno que certa vez passou por este mundo.Por não ter saúde.Por estar grávida, santificada pelo feto que tem dentro de si.Mulher diante da qual este juiz deveria se ajoelhar numa homenagem à maternidade, porém que, na nossa estrutura social, em vez de estar recebendo cuidados pré-natais, espera pelo filho na cadeia.É uma dupla liberdade a que concedo neste despacho: liberdade para Edna e liberdade para o filho de Edna que, se do ventre da mãe puder ouvir o som da palavra humana, sinta o calor e o amor da palavra que lhe dirijo, para que venha a este mundo, com forças para lutar, sofrer e sobreviver.Quando tanta gente foge da maternidade...Quando pílulas anticoncepcionais, pagas por instituições estrangeiras, são distribuídas de graça e sem qualquer critério ao povo brasileiro...Quando milhares de brasileiras, mesmo jovens e sem discernimento, são esterilizadas...Quando se deve afirmar ao mundo que os seres têm direito à vida, que é preciso distribuir melhor os bens da terra e não reduzir os comensais...Quando, por motivo de conforto ou até mesmo por motivos fúteis, mulheres se privam de gerar, Edna engrandece hoje este Fórum, com o feto que traz dentro de si.Este juiz renegaria todo o seu credo, rasgaria todos os seus princípios, trairia a memória de sua mãe, se permitisse sair Edna deste Fórum sob prisão.Saia livre, saia abençoada por Deus...Saia com seu filho, traga seu filho à luz...Porque cada choro de uma criança que nasce é a esperança de um mundo novo, mais fraterno, mais puro, e algum dia cristão...Expeça-se incontinenti o Alvará de Soltura."O artigo vem assinado pelo meritíssimo juiz João Batista Herkenhoff, livre-docente da Universidade Federal do Espírito Santo.Ao ouvir o despacho desse magistrado, a esperança de um mundo novo e justo se desdobra à nossa frente.Esperança de um dia as leis humanas se tornarem educativas e não punitivas.Esperança de ver as sanções proporcionais às faltas cometidas.Esperança de, num julgamento, ser levado em conta o passado de cada ser, sua infância, as possibilidades que teve de educação, de saúde, de carinho, de afeto.Enfim, esperança de que a humanidade atente para as leis de Deus e nelas baseie as suas.(Artigo publicado no jornal "Gazeta do Povo", de Curitiba - PR, no dia 23/01/98)

CADERNETA DE ANOTAÇÃO


O carteiro entregou o telegrama.José Roberto não agradeceu e enquanto abria o envelope, uma profunda ruga sulcou-lhe a testa. Uma expressão mais de surpresa do que de dor tomou-lhe conta do rosto. Palavras breves e incisas: - Seu pai faleceu. Enterro 18 horas. Mamãe.Jose Roberto continuou parado, olhando para o vazio. Nenhuma lágrima lhe veio aos olhos nenhum aperto no coração.Nada! Era como se houvesse morrido um estranho. Por que nada sentia pela morte do velho?Com um turbilhão de pensamentos confundido-o, avisou a esposa, tomou o ônibus e se foi, vencendo os silenciosos quilômetros de estrada enquanto a cabeça girava a mil.No íntimo, não queria ir ao funeral e, se estava indo era apenas para que a mãe não ficasse mais amargurada. Ela sabia que pai e filho não se davam bem. A coisa havia chegado ao final no dia em que, depois de mais uma chuva de acusações, José Roberto havia feito as malas e partido prometendo nunca mais botar os pés naquela casa. Um emprego razoável, casamento, telefonemas à mãe pelo Natal, Ano Novo ou Páscoa... Ele havia se desligado da família, não pensava no pai e a última coisa na vida que desejava na vida era ser parecido com ele.O velório: poucas pessoas. A mãe está lá, pálida, gelada, chorosa. Quando reviu o filho, as lágrimas correram silenciosas, foi um abraço de desesperado silêncio. Depois, ele viu o corpo sereno envolto por um lençol de rosas vermelho, como as que o pai gostava de cultivar. José Roberto não verteu uma única lágrima, o coração não pedia. Era como estar diante de um desconhecido, um estranho.O funeral: o sabiá cantando, o sol se pondo. Ele ficou em casa com a mãe até a noite, beijou-a e prometeu que voltaria trazendo netos e esposa para conhecê-la. Agora, ele poderia voltar à casa, porque aquele que não o amava, não estava mais lá para dar-lhe conselhos ácidos nem para criticá-lo. Na hora da despedida a mãe colocou-lhe algo pequeno e retangular na mão. Há mais tempo você poderia ter recebido isto - disse. Mas, infelizmente só depois que ele se foi eu encontrei entre os guardados mais importantes...Foi um gesto mecânico que, minutos depois de começar a viagem, meteu a mão no bolso e sentiu o presente. O foco mortiço da luz do bagageiro, revelou uma pequena caderneta de capa vermelha. Abriu-a curioso. Páginas amareladas. Na primeira, no alto, reconheceu a caligrafia firme do pai:"Nasceu hoje o José Roberto. Quase quatro quilos! O meu primeiro filho, um garotão! Estou orgulhoso de ser o pai daquele que será a minha continuação na Terra!". À medida que folheava, devorando cada anotação, sentia um aperto na boca do estomago, mistura de dor e perplexidade, pois as imagens do passado ressurgiram firmes e atrevidas como se acabassem de acontecer! "Hoje, meu filho foi para escola. Está um homenzinho! Quando eu vi ele de uniforme, fiquei emocionado e desejei-lhe um futuro cheio de sabedoria.A vida dele será diferente da minha, que não pude estudar por ter sido obrigado a ajudar meu pai. Mas para meu filho desejo o melhor. Não permitirei que a vida o castigue".Outra página"Roberto me pediu uma bicicleta, meu salário não dá, mas ele merece porque é estudioso e esforçado. Fiz um empréstimo que espero pagar com horas extras". José Roberto mordeu os lábios. Lembrava-se da sua intolerância, das brigas feitas para ganhar a sonhada bicicleta. Se todos os amigos ricos tinham uma, por que ele também não poderia ter a sua? "É duro para um pai castigar um filho e bem sei que ele poderá me odiar por isso; entretanto, devo educá-lo para seu próprio bem." "Foi assim que aprendi a ser um homem honrado e esse é o único modo que sei de ensiná-lo".José Roberto fechou os olhos e viu toda a cena quando por causa de uma bebedeira, tinha ido para a cadeia e naquela noite, se o pai não tivesse aparecido para impedi-lo de ir ao baile com os amigos... Lembrava-se apenas do automóvel retorcido e manchado de sangue que tinha batido contra uma árvore... Parecia ouvir sinos, o choro da cidade inteira enquanto quatro caixões seguiam lugubremente para o cemitério.As páginas se sucediam com ora curtas, ora longas anotações, cheias das respostas que revelam o quanto, em silêncio e amargura, o pai o havia amado.O "velho" escrevia de madrugada. Momento da solidão, num grito de silêncio, porque era desse jeito que ele era, ninguém o havia ensinado a chorar e a dividir suas dores, o mundo esperava que fosse durão para que não o julgassem nem fraco e nem covarde. E, no entanto, agora José Roberto estava tendo a prova que, debaixo daquela fachada de fortaleza havia um coração tão terno e cheio de amor.A última página.Aquela do dia em que ele havia partido: - "Deus, o que fiz de errado para meu filho me odiar tanto? Por que sou considerado culpado, se nada fiz, senão tentar transformá-lo em um homem de bem?" "Meu Deus, não permita que esta injustiça me atormente para sempre. Que um dia ele possa me compreender e perdoar por eu não ter sabido ser o pai que ele merecia ter."Depois não havia mais anotações e as folhas em branco davam a idéia de que o pai tinha morrido naquele momento. José Roberto fechou depressa a caderneta, o peito doía. O coração parecia haver crescido tanto, que lutava para escapar pela boca. Nem viu o ônibus entrar na rodoviária, levantou aflito e saiu quase correndo porque precisava de ar puro para respirar. A aurora rompia no céu e mais um dia começava."Honre seu pai para que os dias de sua velhice sejam tranqüilos!" - certa vez ele tinha ouvido essa frase e jamais havia refletido o na profundidade que ela continha.Em sua egocêntrica cegueira de adolescente, jamais havia parado para pensar em verdades mais profundas. Para ele, os pais eram descartáveis e sem valor como as embalagens que são atiradas ao lixo. Afinal, naqueles dias de pouca reflexão tudo era juventude, saúde, beleza, musica, cor, alegria, despreocupação, vaidade. Não era ele um semideus? Agora, porém, o tempo o havia envelhecido, fatigado e também tornado pai aquele falso herói.De repente. No jogo da vida, ele era o pai e seus atuais contestadores. Como não havia pensado nisso antes? Certamente por não ter tempo, pois andava muito ocupado com os negócios, a luta pela sobrevivência, a sede de passar fins de semana longe da cidade grande, a vontade de mergulhar no silêncio sem precisar dialogar com os filhos. Ele jamais tivera a idéia de comprar uma cadernetinha de capa vermelha para anotar uma frase sobre seus herdeiros, jamais lhe havia passado pela cabeça escrever que tinha orgulho daqueles que continuam o seu nome. Justamente ele, que se considerava o mais completo pai da Terra? Uma onda de vergonha quase o prostrou por terra numa derradeira lição de humildade. Quis gritar, erguer procurando agarrar o velho para sacudi-lo e abraçá-lo, encontrou apenas o vazio.Havia uma raquítica rosa vermelha num galho no jardim de uma casa, o sol acabava de nascer. Então, José Roberto acariciou as pétalas e lembrou-se da mãozona do pai podando, adubando e cuidando com amor. Por que nunca tinha percebido tudo aquilo antes? Uma lágrima brotou como o orvalho, e erguendo os olhos para o céu dourado, derepente, sorriu e desabafou-se numa confissão aliviadora: "Se Deus me mandasse escolher, eu juro que não queria ter tido outro pai que não fosse você velho! Obrigado por tanto amor, e me perdoe por haver sido tão cego.""Fale, curta, abrace, beije, sinta e ame todas as pessoas com que você pode ver e tocar"Aproveite a vida saudavelmente!!![UTOR DESCONHECIDO](Presente da Ju Scabello)

terça-feira, 10 de março de 2009

MULHER (Bruno Kampel)


Não quero uma mulherque seja gorda ou magraou alta ou baixaou isto e aquilo.Não quero uma mulhermas sim um porto, uma esquina onde virar a vida e olhá-lade dentro para fora.Não espero uma mulher mas um barco que me navegue uma tempestade que me aflija uma sensualidade que me serenidade que me nine.Não sonho uma mulher mas um grito de prazer saindo da boca pendurada no rosto emoldurado no corpo que se apoie nas pernas que me abracem.Não sonho nem quero uma mulhermas exijo aos meus devaneiosque encontrem a únicaque quero sonho e esperonão uma, mas ela.E sei onde se escondee conheço-lhe as senhasque a definem. O sexoardente, a volúpia estridentea carência do espasmoo Amor com o dedo no gatilho.Só quero essa mulhercom todos seus desertosonde descansar a minha peleexausta e a minha boca sedentae a minha vontade famintae a minha urgência aflitae a minha lágrima austerae a minha ternura eloqüente.Sim, essa mulher que me exciteos vinte e nove sentidosa única a sabero que dizercomo fazerquando pararonde Esperar.Essa a mulher que esperoe não esperoque quero e não queroessa a mulherportoesquinaque desejo e não desejoque outro a tenha.Que seja alta ou baixaisto ou aquilomas que seja elaaquela que seja minhae eu seja delaque seja eu e elaeuela eu lá nelaque sejamos ela.E eu então terei encontradoa mulher que não procuroo barco, a esquina, Você.Sim, você, que espreitado outro lado da esquina, no cais,a chegada do marinheirocomo quem apenas me espera.Então nos amarraremos sem vergonhaà luz dos holofotes dos teus olhos,e procriaremos gritos e gemidosque iluminarão todas as esquinas.Será o momento de dizerachei/achamos amei/amamose por primeira vez vocalizar osomos, pluralizando-nosna emoção do encontro.Essa a mulherque não procuronem espero.Você, viu? Você!

AMAR E SER AMADO (Guida Linhares).


O inesperado aconteceu!

Um beijo roubado no entardecer,

de loucos desejos nos preencheu!


E foram momentos de ternura,

em que céu e terra se tornaram um só,

num doce enlevo pleno de ventura.


Tudo mudou e ficou mais bonito,

pois o teu amor me acordou da letargia,

ao dizeres TE AMO, quase num grito.


E o Amor sorriu de contente,

na realização suprema de um ritual,

que aquece o coração de toda gente.


Descobrir-se que se é amado,

muda a vida e o destino se desvela,

ao dar vazão ao amor tão sonhado.


Vivo agora entre um e outro instante,

aguardando que chegues de mansinho,

me tomando nos braços, como doce amante.


Santos/SP

domingo, 8 de março de 2009

QUERO

Não quero que alguém morra de amor por mim...Prefiro esse alguém bem pertinho me abraçando.Não quero que alguém me ame como eu amo.Quero apenas que me ame.Não quero que alguém seja igual a mimPorque quero ser a única pessoa do jeitinho que sou para alguém.Não posso pretender que todas as pessoas gostem de mimmas posso imaginar que algumas gostem...E talvez um sorriso meu possa fazer, pelo menos,que uma dessas pessoas sorria também!Quero fechar meus olhos e pensar em alguém E imaginar que alguém pensa em mim.Quero ser um pedacinho do mundo de alguém e saber que esse alguém precisa de mim e que sou importantee que talvez sem mim a vida não fique tão boa.Quero ter certeza que apesar das minhas burrices e loucuras alguém gosta de mim como eu sou!Quero conseguir só lembrar das coisas boas que alguém possater feito pra mim e procurar não melembrar das ruins Não quero brigar com o mundo e se o mundo brigar comigoquero ter coragem de enfrentá-loQuero sempre poder dizer o quanto alguém é especial e importante pra mim Quero poder acreditar que mesmo que hoje eu não consiga,vou conseguir um dia!Quero poder sempre dizer a alguém que gosto delee o quanto gosto e como gosto!Se você tem um alguém, alguém especial e importantena sua vida, não deixe de dizer isso... Talvez alguém goste de escutar!...© Mario Quintana