domingo, 7 de março de 2010

UMA CARTA DE AMOR


“Minha querida Catherine,

sinto a tua falta meu amor, como a sinto sempre,

mas hoje está a ser particularmente difícil para mim porque o oceano tem estado a cantar para mim, e a canção é a da nossa vida juntos...

Lamento ter estado tanto tempo sem falar contigo,

sinto que andei perdido, sem rota nem bússola.


Deixava-me ir ao encontro das coisas, sentia-me elouquecer.

Nunca me tinha sentido perdido, tu eras o meu verdadeiro Norte.

Quando tu eras o meu porto, eu sabia sempre voltar para casa.

Perdoa ter ficado tão zangado quando partiste,

continuo a achar que isto foi um erro e estou à espera que Deus o corrija.


Mas já ando melhor, o trabalho ajuda-me, acima de tudo tu ajudas-me! Ontem à noite apareceste-me em sonhos com aquele sorriso que sempre me prendeu a ti e me consolou.


Do sonho restou apenas uma sensação de paz...

acordei com essa sensação e tentei conservá-la o mais possível.


Escrevo para te dizer que estou a trabalhar para alcançar essa paz, e para te dizer que lamento tantas coisas.

Lamento não ter tratado melhor de ti.

Para que nunca sentisses frio, medo, para que nunca te sentisses doente.

Lamento não me ter esforçado mais por te dizer o que sentia,

Lamento todas as vezes que discuti contigo,

lamento não te ter pedido mais vezes desculpa , era demasiado orgulhoso.

Lamento não ter elogiado tudo aquilo que vestias e todos os teus penteados.

Lamento não ter tido forças para te agarrar e impedir que Deus te afastasse de mim.

Não passa uma hora sem que te sinta comigo.

Arranjo barcos, experimento-os, e enquanto isso, as memórias sobrevêem, como uma maré.


Hoje Lembrei-me de quando éramos novos, e tu trocatse o nosso mundo por outro maior.

Tive muito mais medo do que deixei transparecer, lutei contra ele dizendo para comigo que um dia voltarias e imaginando o que te diria quando voltasse a ver-te.

Devo ter considerado uma centena de possibilidades.

E o que acaba por dizer? Pouco! A minha boca recusou-se a trabalhar excepto para te beijar, e quando disseste: “Vim para ficar”, ficou tudo dito, voltei ao mesmo.

Não paro de pensar no que te diria, se tu arranjasses forma de voltar.


"Acabou por morrer quando ia entregar a ultima carta a Catherine, em alto mar...


"Comecei a viver quando te encontrei e dei-me por morto quando não consegui salvar-te.

Julguei que podia manter-nos vivos se me agarrasse à tua memória, mas enganei-me.

Uma mulher mostrou-me que se tivesse a coragem de sentir, poderia voltar a amar por muito profunda que fosse a minha vida.

Ela fez-me compreender que eu estava apenas meio vivo.

Isso assustou-me e fez-me sofrer.

Só percebi quanto precisava dela quando a vi desaparecer.

Quando o avião dela descolou, senti que algo dentro de mim se rasgava e percebi.

Devia ter ido atrás dela.

Amanhã vou até ao cabo ventoso e vou despedir-me de ti.

E deopis vou ter com ela e vou tentar reconquistá-la.

Se o conseguir sei que me abençoas e que nos abençoas a todos, se não conseguir, serei igualmente abençoado, pois tive o privilégio de amar duas vezes.

Graças a ela! E se te disser que a amo tanto quanto te amei, ficas a saber tudo."

Um comentário:

VASCODAGAMA disse...

AMEI

QUANDO NÃO SE AMA DEMAIS
NÃO SE AMA O SUFICIENTE...

VOU VOLTAR
BEIJO