domingo, 29 de março de 2009

GOSTO DA SOLIDÃO.


Gosto da solidão.Ou melhor, gosto do silêncio da solidão.Silêncio que desnuda as pessoas. Silêncio que faz florescer a impiedosa verdade de cada um.Silêncio que não dá lugar a mentiras, onde cada um vê e conversa com sua própria essência. E, como o reflexo de um espelho, é único ao mostrar imperfeições que se disfarçam no dia a dia.Involuntariamente, torna-se transparente.A Lógica vira insensata; a insensatez encontra lógica; há respostas para todas as perguntas, assim como afloram novas questões que passam a urgir respostas. Silêncio onde se transforma em réu e juiz de si mesmo.No silêncio da solidão pensamentos e desejos conscientemente inibidos podem ser pensados, explodindo sem pudor. O passado não querido é exposto e revivido sem piedade, e encontra-se as tardias soluções que poderiam tê-lo evitado. O passado bem vivido é redescoberto com prazer, enfeitado com a vontade de vivê-lo novamente, intensamente, eternamente. O futuro é sonhado com a perfeição dos deuses, construido com a esperança de que aconteça exatamente como no sonho sonhado.No silêncio da solidão pode-se conviver a qualquer hora com as pessoas que estão dentro de nós. Há o poder de escolher quem se quer ao seu lado. Povoa seu espaço somente aquele a uem se permite. Por isso as visitas são sempre bem vindas e faz-se desaparecer as companhias inoportunas. Ama-se quem se tem vontade; afasta-se a quem não se quer ver.O silêncio da solidão é mágico. Pode-se ouvi-lo ao mesmo tempo em que se ecutam as ondas batendo no mar, se observa um céu estrelado, em meio aos trovões e clarões de uma tempestade, ouvindo música suave ou simplesmente fechando os olhos e querendo estar com a sua verdade.É ele que produz o som das emoções. De repente, ouve-se soluços. Risos brotam sem porquê. As batidas do coração descompassam de acordo com o pensamento. Gemidos e lamúrias podem ser entoados como mantras. Seu próprio silêncio é ouvido de maneira serena ou dolorosa, mas sempre incontestável.Há quem diga que o silêncio amedronta, entristece. É gente que não percebe a tênue linha que o separa da depressão. É preciso aprender a não cruzá-la: lidar com a tristeza sem deixá-la apossar-se; passar a entendê-la apenas como um tempero inevitável, mas não o essencial da vida. Leva-se tempo pra aprender, mas vale a pena.Gosto de escrever no silêncio da solidão. Gosto de ouvir o silêncio da minha solidão.Gosto desse silêncio.Coração, agora fica quieto. Quero ouvir o meu silêncio.© Isabella Benicio Tedesco(Presente da AL - PR)Gosto da solidão.Ou melhor, gosto do silêncio da solidão.Silêncio que desnuda as pessoas. Silêncio que faz florescer a impiedosa verdade de cada um.Silêncio que não dá lugar a mentiras, onde cada um vê e conversa com sua própria essência. E, como o reflexo de um espelho, é único ao mostrar imperfeições que se disfarçam no dia a dia.Involuntariamente, torna-se transparente.A Lógica vira insensata; a insensatez encontra lógica; há respostas para todas as perguntas, assim como afloram novas questões que passam a urgir respostas. Silêncio onde se transforma em réu e juiz de si mesmo.No silêncio da solidão pensamentos e desejos conscientemente inibidos podem ser pensados, explodindo sem pudor. O passado não querido é exposto e revivido sem piedade, e encontra-se as tardias soluções que poderiam tê-lo evitado. O passado bem vivido é redescoberto com prazer, enfeitado com a vontade de vivê-lo novamente, intensamente, eternamente. O futuro é sonhado com a perfeição dos deuses, construido com a esperança de que aconteça exatamente como no sonho sonhado.No silêncio da solidão pode-se conviver a qualquer hora com as pessoas que estão dentro de nós. Há o poder de escolher quem se quer ao seu lado. Povoa seu espaço somente aquele a uem se permite. Por isso as visitas são sempre bem vindas e faz-se desaparecer as companhias inoportunas. Ama-se quem se tem vontade; afasta-se a quem não se quer ver.O silêncio da solidão é mágico. Pode-se ouvi-lo ao mesmo tempo em que se ecutam as ondas batendo no mar, se observa um céu estrelado, em meio aos trovões e clarões de uma tempestade, ouvindo música suave ou simplesmente fechando os olhos e querendo estar com a sua verdade.É ele que produz o som das emoções. De repente, ouve-se soluços. Risos brotam sem porquê. As batidas do coração descompassam de acordo com o pensamento. Gemidos e lamúrias podem ser entoados como mantras. Seu próprio silêncio é ouvido de maneira serena ou dolorosa, mas sempre incontestável.Há quem diga que o silêncio amedronta, entristece. É gente que não percebe a tênue linha que o separa da depressão. É preciso aprender a não cruzá-la: lidar com a tristeza sem deixá-la apossar-se; passar a entendê-la apenas como um tempero inevitável, mas não o essencial da vida. Leva-se tempo pra aprender, mas vale a pena.Gosto de escrever no silêncio da solidão. Gosto de ouvir o silêncio da minha solidão.Gosto desse silêncio.Coração, agora fica quieto. Quero ouvir o meu silêncio.© Isabella Benicio Tedesco(Presente da AL - PR)

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