SONETO DA MEMÓRIA
De tudo que se vive fica a marca
Vagando na deriva das memórias.
Um mar que em seu galeio embala a barca
Do pensamento que rabisca histórias...
Das lágrimas, o rasgo fundo n'água,
Dos risos, muitos traços sinuosos
Que o mar alheio, vai juntando à frágua
E as ondas sela em lábios silenciosos...
Do gozo, a leve espuma azul-cinzento
Entre marolas que a barca alvoroça.
E os rabiscos perdidos no momento
Que a avidez do mar, deles se apossa.
Mas a Memória viva no horizonte,
Projeta a velha história... e faz-se ponte.
SYLVIA COHIN
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