® Giovanni Leandro
Nesta noite que sempre foi dia, finalmente eu consegui chorar, mas não foi por tristeza ou desespero. Foi um choro de dor. Lágrimas rolaram devagar, enquanto meus olhos vagavam pelo mundo que tanto almejei.Chorei pelas mentiras que me disseram pra me deixar feliz, e agradeço por isso.Chorei também pelas omissões de fatos que poderiam ter destruído meus sonhos. E depois chorei mais ainda por perceber que eu teria preferido a verdade, mesmo cortante, como uma faca das mais afiadas, do que essa dor que me rasga o peito ferindo minh'alma.Chorei pelos amigos que não estão mais aqui, pensando se eu deveria ter me dedicado mais a eles... Abraçado mais... Beijado e deixado claro o quanto eu os amava.Mas o tempo é ingrato e a morte chega para cumprir o seu papel, sem pedir licença, sem bater na porta. Ela chega e leva quem você ama, junto com um pedaço de você e de sua história.Chorei pelo meu amor, imaginando como seria o futuro.Chorei pela saudade que dói e pelo carinho que conforta.Pelos olhares carinhosos e compreensivos, contrastando com o desejo latente e urgente.Pensei em chorar pelo mundo e suas maldades. Chorar pela falta de esperança das crianças e o esquecimento dos idosos. Pelas guerras e intolerâncias. Pela fome, sede, e ódio irracional do ser humano racional.Mas não chorei, porque hoje, o choro é meu, exclusivamente meu, porque preciso chorar.E então chorei pelo meu egoísmo.O mundo lá fora já chorava por ele mesmo, lançando suas lágrimas contra a janela de vidro.O mundo não precisa de mim hoje, mas eu sim. Eu preciso dessa minha dor sem censuras.Eu preciso de mim.Eu preciso de você.(Presente de Luzimar)
Nenhum comentário:
Postar um comentário